Acompanhamento de obra

Flutuando no Paraguai - A Casa Hamaca

Harmonia estética, originalidade e estabilidade estrutural são as principais características da Casa Hamaca, desenhada pelo arquiteto Javier Corvalán para seu sogro, um escritor paraguaio que optou por ter uma morada com 70 m², aconchegante e de ambientação rural, nos arredores de Assunção, em Luque.

O nome “Hamaca” se refere à inspiração estrutural: a cobertura é feita com uma chapa metálica inteiriça que acompanha a inclinação do volume construído, como se fosse uma rede (em espanhol, hamaca), deitada sobre a casa.

Essa “telha gigante” fica amparada por uma trama, pouco densa, de barras de aço com 10 mm de diâmetro.  E para segurar esta rede são usadas quatro colunas laterais, também metálicas, mas que formam dois “cavaletes”, um para cada lado de uma grande caixa de alvenaria simples, feita de tijolos à vista.

A estrutura

A estrutura dessa caixa é diferente. Simples e barata, foi executada com base em vigas de concreto armado apoiadas sobre o piso. Essas vigas determinam o movimento inclinado do teto e o posicionamento incomum das paredes, dando a elas todo o apoio de que precisam.

As paredes, aliás, não ficam sobrecarregadas com o peso da cobertura metálica, pois para dar-lhes suporte os pilares em diagonal permanecem ancorados em alicerces próprios, com 1,6 m de profundidade.

Para garantir circulação livre entre frente e fundos da casa – sem cortar a ventilação cruzada e a entrada da luz natural – as fachadas frontal e posterior levam vidros fixos, bem como portas de vidro. Esta solução, somada à inclinação da caixa de tijolos, garante máxima integração dos interiores aos jardins que cercam o terreno.

O programa de uso é básico, com um estar, um dormitório, um banheiro e um corredor lateral que abriga a cozinha embutida. Quase não há divisões internas, os ambientes só são limitados por um módulo interno – uma segunda caixa de alvenaria, dentro da primeira, maior. Nela, de um lado, está o equipamento da cozinha, e de outro, a cabeceira da cama, um nicho para o guarda-roupas e o banheiro.

Por fim e para fora resta uma varanda, protegida por paredes de blocos vazados cuja inclinação se opõe a do corpo principal da casa, como se a totalidade do volume se inclinasse em direção ao solo e por ele fosse engolido.

Este espaço de lazer ao ar livre tem algo de tradicional, apesar da constituição incomum da residência: ele reproduz os quintais paraguaios para o preparo e o desfrute das “parrilladas”, os churrascos típicos desta região latino americana.

Projeto do arquiteto paraguaio Javier Córvalan.

Por: Giovanny Gerolla
Do UOL, em São Paulo

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